A segurança contra incêndios é uma das obrigações mais importantes para empresas de todos os portes e segmentos. A brigada de incêndio é uma dessas obrigações, exigida por legislações estaduais e complementada por normas técnicas como a NR-23 e a NBR 14276.
Entender o que a legislação determina e quais são as consequências do descumprimento é essencial para gestores, síndicos, empreendedores e profissionais de RH e segurança do trabalho.
A brigada de incêndio é composta por um grupo de funcionários treinados para agir em emergências, como incêndios e evacuação de áreas. Esses profissionais, geralmente voluntários, são capacitados para realizar primeiros socorros, utilizar extintores, identificar riscos e orientar as pessoas durante sinistros, até a chegada do Corpo de Bombeiros.
Os brigadistas são parte fundamental do plano de prevenção, ajudando na elaboração de rotinas de segurança, simulados de evacuação e inspeções regulares nos equipamentos de combate ao fogo. Ter uma brigada ativa significa agir com responsabilidade e antecipar situações que poderiam colocar em risco vidas e bens materiais.
No âmbito federal, a Norma Regulamentadora 23 (NR-23) do Ministério do Trabalho determina que todos os empregadores devem adotar medidas preventivas contra incêndios. A norma exige saídas de emergência desobstruídas, equipamentos de combate ao fogo em bom estado e pessoal capacitado para emergências.
Além da NR-23, há a NBR 14276 da ABNT, que padroniza a formação e dimensionamento da brigada de incêndio, indicando o número de brigadistas por setor, critérios de risco e exigências mínimas para o treinamento.
Embora a NR seja obrigatória por força de lei, as normas da ABNT são amplamente adotadas como referência técnica e geralmente exigidas pelos Corpos de Bombeiros para emissão do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).
Em geral, os Corpos de Bombeiros são os órgãos responsáveis por regulamentar, fiscalizar e emitir o AVCB, que é o documento que comprova que a edificação está em conformidade com as exigências de prevenção e combate a incêndio.
Empreendimento como indústrias, hospitais, escolas, shoppings e condomínios comerciais, por exemplo, têm obrigatoriedade de manter brigadas de incêndio ativas e treinadas, com reciclagens periódicas.
O treinamento dos brigadistas deve ser realizado por empresas ou instrutores credenciados, conforme os critérios da NBR 14276. O conteúdo inclui teoria sobre prevenção de incêndios, tipos de extintores, evacuação de ambientes, primeiros socorros e exercícios práticos com simulações.
A carga horária varia de acordo com o risco da edificação e o perfil dos colaboradores. Além do treinamento inicial, é obrigatória a reciclagem anual, especialmente em empresas classificadas como de risco médio ou alto.
Manter os brigadistas atualizados é fundamental para garantir a eficiência da equipe em uma eventual emergência. O treinamento também deve ser documentado, com lista de presença, certificados individuais e registro das atividades realizadas.
Empresas que não formam brigadas de incêndio conforme a legislação estão sujeitas a sanções administrativas, civis e até criminais. A ausência de brigadistas pode ser identificada em fiscalizações do Ministério do Trabalho, Corpo de Bombeiros ou por denúncias de colaboradores.
As penalidades variam conforme o estado e a gravidade da infração. Multas que podem ultrapassar R$ 100 mil, interdição do estabelecimento, cancelamento do AVCB, além de responsabilização dos gestores em caso de acidentes com vítimas.
Cabe ao empregador garantir que a brigada esteja estruturada e operante. A simples nomeação de colaboradores não é suficiente — é preciso comprovar o treinamento, a periodicidade das reciclagens e a realização de simulações práticas.
O engajamento da liderança e o apoio ao trabalho dos brigadistas também são fundamentais para o sucesso da estratégia de prevenção. Além disso, criar uma cultura de segurança no ambiente de trabalho é essencial.
Isso envolve conscientizar os demais colaboradores sobre procedimentos de evacuação, uso de extintores, rotas de fuga e identificação de riscos. A prevenção é um esforço coletivo, e a brigada de incêndio é o elo entre o planejamento e a ação.
Para estruturar uma brigada de incêndio, o primeiro passo é consultar o Corpo de Bombeiros local e entender as exigências específicas para o tipo de atividade e área construída do imóvel.
Com essas informações, a empresa pode dimensionar a quantidade de brigadistas e contratar o curso brigada de incêndio por meio de empresas certificadas, garantindo que todos os envolvidos estejam adequadamente preparados para agir em situações de emergência.”
A escolha dos brigadistas deve considerar critérios como boa condição física, disponibilidade, senso de responsabilidade e conhecimento do ambiente. Também é importante nomear um líder da brigada, responsável pela coordenação em emergências e pelo diálogo com os demais setores da empresa.
O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) é indispensável para a regularidade de muitas atividades comerciais e industriais. Ele certifica que a edificação está segura contra incêndios e cumpre todos os requisitos legais, incluindo a formação da brigada. Empresas sem AVCB correm riscos jurídicos, financeiros e de reputação.
Além disso, a ausência do AVCB pode inviabilizar operações como abertura de filiais, obtenção de alvarás e contratação com grandes clientes ou órgãos públicos. Ter a brigada em dia, com treinamentos atualizados e documentos organizados, é uma etapa essencial para garantir a renovação do AVCB e operar com tranquilidade.
Cumprir a legislação sobre brigada de incêndio não é apenas uma questão burocrática — é um compromisso ético com a proteção das pessoas e do patrimônio. Empresas que investem em prevenção se destacam pela responsabilidade social e pela gestão de riscos eficiente, além de evitar prejuízos financeiros e legais.
Manter uma brigada treinada, atualizada e equipada é um dos pilares de qualquer plano de segurança. Com o apoio da legislação, das normas técnicas e da conscientização interna, é possível criar ambientes mais seguros, preparados para agir com rapidez e eficácia diante de qualquer emergência.
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